segunda-feira, 1 de julho de 2013

Barão de Mauá: resumo biográfico


Irineu Evangelista de Sousa – Barão ou Visconde de Mauá nasceu em Arroio Grande Rio Grande do Sul em 28 de dezembro de 1813. Era filho do fazendeiro João Evangelista de Ávila e Sousa e Maria de Jesus Batista de Carvalho. Seu pai faleceu quando Irineu tinha apenas oito anos de idade e por isso, foi entregue por sua mãe aos cuidados de um tio, capitão da marinha mercante. Foi levado para um colégio interno em São Paulo, entre 1821 a 1823 e aos 11 anos empregou-se como balconista. No ano seguinte, foi contratado pela Companhia Inglesa Carruthers, especializada em importação para trabalhar como caixeiro. O proprietário Ricardo Carruthers lhe ensinou inglês, noções de contabilidade e práticas comerciais. Com pouco mais de 23 anos de idade Irineu tornou-se sócio-gerente da empresa.

Desde criança mostrou-se contra a escravidão e ao adquirir uma chácara em 1837, passou a tratar seus empregados por meus auxiliares. Criou atrito com senhores de engenhos e membros da corte, por abrigar escravos fugidos. Em 1840 mandou buscar sua mãe, irmã, e sobrinha para morar com ele. Foi a Inglaterra, trouxe um anel de ouro, presenteou sua sobrinha e a pediu em casamento. Casaram-se em 1841 e dessa união vieram 12 filhos. Dona Guilhermina, sua irmã e sogra, comandava a casa, agora uma mansão na rua do Catete.

Para diversificar seus negócios Irineu vendeu, em 1846, sua parte na Carruthers e investiu numa pequena fundição, situada em Niterói-RJ. Convencido de que o Brasil deveria caminhar em busca da industrialização, foi buscar recursos na Inglaterra e os conseguiu. No mesmo ano fundou um estaleiro. Juntos, fundição e estaleiro multiplicaram sua fortuna por quatro.

O espírito empreendedor de Irineu o tornou pioneiro na instalação de serviços públicos: Fundou em 1852 a Companhia Fluminense de Transportes; Em 1853 criou a Companhia de Navegação a Vapor do rio Amazonas (obteve direito à navegação por 30 anos). Foi a primeira vez que a Amazônia teve transporte regular. Em 1854 fundou a Companhia de Iluminação a gás do Rio de Janeiro e em 30 de abril, inaugurou 15 km da primeira estrada de ferro ligando o Porto Mauá na baía da Guanabara à encosta da Serra da Estrela. Este último empreendimento contou, por ocasião da sua inauguração, da presença do Imperador D. Pedro II que concedeu-lhe o título de Barão de Mauá. 



Ainda no mesmo ano, foi inaugurado por ele o trecho inicial da União e Indústria, primeira rodovia pavimentada do país, entre Petrópolis e Juiz de Fora.

Mauá empreendeu ainda, em sociedade com capitalistas ingleses e cafeicultores paulistas, na construção da Recife and São Francisco Railway Company, na Ferrovia Dom Pedro II, atual Central do Brasil e na São Paulo Railway, hoje Santos-Jundiaí. Iniciou ainda, a construção do canal do mangue no Rio de Janeiro e foi o responsável pela instalação dos primeiros cabos telegráficos submarinos, ligando o Brasil à Europa.

O Barão de Mauá fundou, no final da década de 1850, o Banco Mauá, MacGregor & Cia, com filiais em várias capitais brasileiras e em Londres, Nova Iorque, Buenos Aires e Montevidéu. Foi decisivo na fundação do segundo Banco do Brasil.

Interveio na política externa do Brasil adotando uma política contrária à Guerra do Paraguai. Forneceu recursos financeiros necessários à defesa de Montevidéu quando o governo imperial decidiu intervir nas questões do Prata (1850). Passou então a ser considerado inimigo Império. Suas fábricas passaram a ser alvo de sabotagens criminosas e seus negócios foram abalados pela legislação que sobretaxava as importações de matéria prima para suas indústrias. Em 1857 seu estaleiro foi criminosamente incendiado.

O Barão de Mauá foi deputado pelo Rio Grande do Sul em diversas legislaturas, mas em 1873, renunciou ao mandato para cuidar dos negócios. Apesar de todas as realizações o Barão de Mauá terminou falindo.

Em 1874 recebeu o título de Visconde de Mauá. Em 1875 com o encerramento do Banco Mauá, viu-se obrigado a vender a maioria de suas empresas a capitalistas estrangeiros. Doente, sofrendo com a diabetes, só descansou depois de pagar todas as dívidas, encerrando com nobreza todas as suas atividades, embora sem patrimônio.


Irineu Evangelista de Sousa faleceu em Petrópolis, Rio de Janeiro, no dia 21 de outubro de 1889.

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