A Grécia antiga
começava a partir da região meridional dos Balcãs, sul do Monte Olimpo. Toda
sua extensão é cortada pelo golfo de corinto. Na porção norte desse golfo,
encontramos a Grécia Continental e ao sul, o território Peninsular.
Encontramos ainda, uma terceira parte, a Grécia insular, que agrupa as
numerosas ilhas do Mar Egeu.
A forma do território grego parece uma mão aberta.
A Grécia continental é composta
por várias cadeias montanhosas em que no meio delas, formaram-se, ao longo de milênios,
extensas e isoladas planícies férteis. Tal isolamento contribuiu para o
desenvolvimento de Estados locais, uma vez que as comunicações internas, em
função das dificuldades geográficas, eram muito difíceis.
O litoral da parte Peninsular
apresenta de forma marcante, um litoral recortado, com golfos e baías que
penetram no território. Essas características facilitavam a navegação ao longo da
costa.
As numerosas ilhas espalhadas
pelo Mar Egeu facilitavam a comunicação, da porção insular, com o exterior. Essas
ilhas serviam de verdadeiros trampolins que permitiam a navegação com terra
sempre à vista (ARRUDA, 1987, p.118). Assim, o contato com o exterior foi
facilitado uma vez que as técnicas para navegação eram pouco desenvolvidas,
neste período os gregos não navegavam por alto mar. Entende-se, portanto, a tendência
dos gregos de se integrar muito mais com o exterior do que com o interior.
Os povos gregos, também
conhecidos por helenos*, são de origem indo-européia*. Esses povos começaram a migrar para a
Grécia aproximadamente no ano 2000 a.C.
O primeiro grupo a
chegar foi o do grupo dos aqueus. Vinham com seus rebanhos em busca de melhores
pastagens e foram ocupando as melhores terras que encontraram na Grécia.
Tornaram-se sedentários. Nesse processo de ocupação, assimilaram povos mais
antigos existentes na Grécia, os pelágios ou pelasgos, de origem desconhecida (ARRUDA,
op. cit., p. 119).
Micenas, Tirinto e Argos foram
poucos, formadas pelos aqueus. Micenas era, entre esses, o mais importante. O
contato entre os habitantes desta cidade com os da Ilha de Creta, povo mais avançado,
permitiu o surgimento da civilização creto-micênica.
Dois novos grupos indo-europeus
chegaram à Grécia, por volta de 1700 a. C.: os jônios e os eólios. Esse
processo de integração foi pacífico e, de certa forma, contribuiu para que a
civilização creto-micênica atingisse o máximo do seu esplendor.
Os cretenses transmitiram aos
aqueus uma série de conhecimentos: técnicas agrícolas, navais e valores
religiosos. Todavia, os aqueus usaram os conhecimentos que lhes foi passado e,
superando seus próprios mestres, destruíram a civilização cretense. Em
aproximadamente 1400 a. C., os gregos dominaram a principal cidade do
território cretense: Cnossos.
Cnossos, segundo a lenda, era
protegida por um minotauro, monstro com corpo de homem e cabeça de touro que
habitava os labirintos da cidade. Teseu
matou o minotauro e tomou Cnossos para os atenienses.
A destruição da
supremacia cretense permitiu aos aqueus estender as suas atividades comerciais
e de pirataria até as costas da Ásia menor, na rota do peixe seco e do trigo,
na entrada do mar negro.
No início do século XII a.C.,
durante uma dessas viagens, os gregos destruíram a cidade de Tróia, chamada de
Ílion em Grego. Tróia ocupava uma posição geograficamente estratégica, nos
estreitos que separam os mares Egeu e Negro. Sendo assim, entende-se que essa
conquista deu-lhes o controle marítimo da região.
A civilização
micênica estava atravessando um momento importante: expandia-se em direção à
Ásia. Mas foi nesse momento que começou uma nova invasão na Grécia. Chegavam os dórios, último grupo de povos
arianos a penetrar em território grego. Mais aguerridos, ainda nômades,
conhecedores de armas de ferro, os dórios arrasaram as cidades gregas. Micenas
ficou em ruínas (ARRUDA, op. cit., p. 120).
Essa invasão provocou a fuga em
massa da população. A busca por se proteger dos dórios, fez com que muitos se
retirassem para lugares afastados no interior do território. Todavia, outros
fugiram para o exterior e em função disso, fundaram novas colônias gregas nas
costas da Ásia Menor e no Mar Mediterrâneo.
Esta dispersão ficou conhecida
como a primeira Diáspora grega.
A chegada dos dórios inaugurou um
novo período na história da Grécia em que a vida urbana desapareceu. A vida
regrediu para um estágio mais primitivo em que as pessoas estavam organizadas em
pequenos núcleos sociais, cuja célula era a grande família, os genos. Esse
período é comumente denominado pelos historiados de Idade Média Grega.
*Helenos - Habitantes de Hélade, denominação antiga da Grécia;
* Os indo-europeus ou arianos são todos os povos que partilham as línguas indo-europeias. A estes grupos pertencem todas as línguas da Europa, com exceção das línguas fino-úgricas (o lapão, o finlandês, o estônio e o húngaro), além da língua falada entre os bascos. Muitas das línguas indianas e iranianas pertencem à família dos idiomas indo-europeus. Os indo-europeus primitivos viveram nas proximidades do mar Negro e do mar Cáspio em aproximadamente 4000 a.C.
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