Foi no governo Costa e Silva que surgiu o AI 5
Em 31 de agosto de 1969 o presidente, Marechal Arthur da Costa e Silva, afastou-se do comando da nação por ter sofrido um derrame. Uma junta de três ministros militares assumiu o comando do país.
O Marechal Arthur da Costa e
Silva assumiu em 15 de março de 1967 e governou até 31 de agosto de 1969,
quando foi afastado por motivos de saúde.
Destaca-se no governo Costa e
Silva a criação do Fundo Nacional do Índio (Funai) e do Movimento de Brasileiro
de Alfabetização (Mobral). Convém, também, observar que, no início de seu
governo, passou a vigorar o Cruzeiro Novo, que consistia no corte de 3 zeros do
antigo.
Repressão - Logo nos primeiros
meses de governo, enfrentou uma onda de protestos que se espalharam por todo o
país. O autoritarismo e a repressão recrudesceram-se na mesma proporção em que
a oposição se radicalizou. Cresceram as manifestações de rua nas principais
cidades do país, em geral, organizadas por estudantes.
Em 17 de abril de 1968, 68 municípios,
inclusive todas as capitais, são transformadas em áreas de segurança nacional e
seus prefeitos passaram a ser nomeados pelo presidente da República.
1968 - Talvez o ano mais
conturbado do século em todo o mundo, 1968 também foi um ano agitadíssimo no Brasil.
A radicalização política era dia a dia maior; greves em Osasco e Contagem (MG)
abalaram a economia nacional; a formação da Frente Ampla (aliança entre Jango,
Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda contra o regime), o caso Édson Luís, a
Passeata dos Cem Mil e o AI-5 são alguns dos exemplos da agitação no âmbito
nacional.
Caso Édson Luís - Ainda em 1968,
o estudante Edson Luís morreu no Rio de Janeiro em decorrência de um
desentendimento em um restaurante. Sua morte, contudo, foi imputada ao regime
de repressão, originando confrontos entre policiais e estudantes. Em resposta a
seu assassínio, o movimento estudantil, setores da Igreja e da sociedade civil
promoveram, no Rio, a Passeata dos Cem Mil, a maior mobilização pública em
repúdio ao regime militar.
AI-5 - Em discurso na Câmara
Federal, o deputado Márcio Moreira Alves, do MDB, exortou o povo a não
comparecer às festividades do dia da Independência. Os militares, sentindo-se
ofendidos, exigiram sua punição. A Câmara, contudo, não aceitou a exigência.
Foi a gota d'água. Em represália, a 13 de dezembro de 1968, o ministro da
Justiça, Gama e Silva, apresentou ao Conselho de Segurança Nacional o Ato
Institucional No. 5, que entregou o país às forças mais retrógradas e violentas
de nossa História recente.
O Ato abrangia inúmeras medidas,
algumas das quais merecem destaque: pena de morte para crimes políticos, prisão
perpétua, fim das imunidades parlamentares, transferência de inúmeros poderes
do Legislativo para o Executivo, etc. Mais abrangente e autoritário de todos os
outros atos institucionais, o AI-5 na prática revogou os dispositivos
constitucionais de 67. Reforçou os poderes discricionários do regime e concedeu
ao Exército o direito de determinar medidas repressivas específicas, como
decretar o recesso do Congresso, das assembléias legislativas estaduais e das
Câmaras municipais. O Governo poderia censurar os meios de comunicação,
eliminar as garantias de estabilidade do Poder Judiciário e suspender a
aplicação do habeas-corpus em casos de crimes políticos. O Ato ainda cassou
mandatos, suspendeu direitos políticos e anulou direitos individuais.
Derrame - Em 1969,
surpreendentemente Costa e Silva sofreu um derrame cerebral. Seu Vice, Pedro
Aleixo foi impedido de assumir, pois os militares da linha dura alegavam que
ele era contra os "princípios revolucionários". Na verdade, Aleixo
havia-se posicionado contrariamente ao AI-5. Uma Junta Militar assumiu o poder,
fechou o Congresso e impôs a Emenda No. 1 de 1969, cujo conteúdo acarretou a revogação
da Constituição de 1967, passando a Emenda a ser a nova Constituição do país.
Fonte: elogica.br.inter.net
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