Passado o momento de euforia
provocado pela independência e coroação de Dom Pedro I, era hora de iniciar a
organização de uma nova nação, até porque além de um imperador, não existia quase
nada no Brasil. Era necessário organizar, antes de qualquer coisa, uma constituição.
A independência do Brasil dividiu
a nação em dois grupos:
O Partido Português, que buscava a
recolonização do Brasil, e o Partido Brasileiro, dividido em duas facções: os
conservadores, liderados pelos irmãos Andrada e que defendiam uma monarquia
fortemente centralizada; e os liberais, que defendiam uma monarquia onde os
poderes do rei fossem limitados.
A divisão do partido
brasileiro permitiu o fortalecimento dos portugueses que se aproximaram de Dom
Pedro I.
Buscando organizar e
consolidar a nação, o imperador convocou uma assembleia constituinte. Nesta assembleia,
os deputados brasileiros tentaram fortalecer o legislativo e limitar o poder do
imperador, ou seja, queriam criar uma monarquia constitucional. Tal projeto prejudicava
as pretensões centralizadoras do imperador que ordenou o fechamento da assembleia.
Daí por diante D. Pedro criou um Conselho de Estado, composto por dez de
seus aliados do partido português. Assim, foi redigido um novo texto para a constituição
que fortalecia a autonomia e centralização do poder nas mãos do imperador. Tal manobra
criou um quarto poder, o moderador,
que dava direito ao imperador de intervir, de acordo com sua vontade, nos
outros três poderes. Essa constituição, adaptada as vontades de D. Pedro I, foi
outorgada, ou seja, imposta em 1824, e tornou o governo dominador.
Tal postura de sua majestade
gerou insatisfação e provocou a eclosão em Pernambuco da Confederação do
Equador. Tal movimento se espalhou pelas províncias do Norte e Nordeste, tendo
como os principais líderes o Frei Caneca e Cipriano Barata. Contudo, os anseios
daqueles que lutavam por uma República Federativa foram contidos pela repressão
das tropas do imperador que prendeu seus líderes ordenando inclusive, suas
execuções.
Constantemente, D.Pedro impõe sua
vontade aos políticos, gerando ainda mais conflitos com a elite brasileira e um
crescimento da oposição. A situação do Brasil não era nada boa, passando por
uma crise econômica gerada pelo fim do ciclo do ouro e devido ao declínio das
exportações de açúcar, algodão e a balança comercial era desfavorável, cujo
déficit era saldado com empréstimos ingleses, aumentando cada vez mais a dívida
externa e a subordinação para com a Inglaterra .As dificuldades enfrentadas
pelo Imperador aumentou mais ainda com a derrota de Cisplatina,gerando a
perda dessa província.
O descontentamento da
população só aumentava contra o autoritarismo de D. Pedro I. Além disso, a perda
do território da Cisplatina e sua vida particular desregrada prejudicava cada
vez mais, sua imagem. A morte de D. João VI, apressou os acontecimentos e como D.
Pedro não atendia mais os interesses dos brasileiros, abdicou do governo em 7
de abril de 1831 em favor de seu filho Pedro de Alcântara, que tinha apenas
cinco anos e nomeou José Bonifácio para ser seu tutor. Isso iniciou no Brasil o
período regencial.
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