A descoberta de ouro no Brasil, na
virada do Século XVII para o XVIII, impulsionou várias mudanças no território
colonial. A possibilidade de constituir fortuna com a mineração atraiu povos de
outras províncias e é claro, os próprios portugueses. Tal interesse pelas minas
recém-descobertas serviria, em pouco tempo, como estopim para sangrentas
disputas pelo território.
Os bandeirantes paulistas, pioneiros
nas primeiras descobertas, estavam convictos de que a exploração das minas era,
por direito, reservada a eles. Todavia, as terras coloniais estavam sob o jugo
da Coroa Portuguesa que por sua vez, enxergava a descoberta como uma excelente
oportunidade de negócio. Assim, a região das Minas Gerais se transformou, entre
1708 e 1709, em palco de um conflito denominado Guerra dos Emboabas.
O termo emboaba* era utilizado
para designar, de forma pejorativa, os estrangeiros que partiram para a região
após as notícias da descoberta do ouro.
Os emboabas organizaram várias
expedições para enfraquecer as posições dos paulistas nas regiões produtoras de
ouro, muitas sob o comando de Manuel Nunes Viana. Uma das lutas mais intensas ocorreu na região
posteriormente chamada de Capão da Traição. Neste combate, foram abatidos de
uma só vez, trezentos paulistas pelas mãos dos emboabas.
Buscando reafirmar sua autoridade
no local, a Coroa portuguesa determinou em 1709, a imediata separação das capitanias de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São
Paulo.
Com o fim da guerra, os
bandeirantes buscaram outras jazidas nas regiões de Mato Grosso e Goiás. Outros,
beneficiados com o ganho da atividade mineradora, formaram unidades agrícolas
que abasteceriam os centros urbanos daquela época.
* Em
tupi, esse termo era originalmente utilizado para mencionar todo tipo de ave de perna coberta por penas até os pés. Os bandeirantes paulistas a reinterpretaram para se referir
aos forasteiros que, calçados de botas, alcançavam a região interiorana atrás
dos metais preciosos.
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