domingo, 3 de março de 2013

Revolta de Beckman



O movimento conhecido por Revolta de Beckman, ocorrido no Maranhão em 1684, foi uma reação dos colonos aos abusos cometidos pela Companhia de Comércio do Maranhão.




A Companhia de Comércio do Maranhão, criada em 1682, foi à solução encontrada pela Coroa Portuguesa para os problemas de escoamento da produção e abastecimento da Região. Neste sentido, a companhia deveria assegurar a entrada de produtos europeus e mão de obra escrava em toda a capitania. A substituição da mão de obra africana, por falta de escravos, por índios vinha causando conflitos entre colonos e jesuítas.

A Companhia monopolizava a venda de produtos de outras regiões e escravos e, além disso, deveria comprar a produção do açúcar e algodão dos colonos maranhenses. A insatisfação com seus serviços se instaurou rapidamente uma vez que, a Companhia vendia produtos de péssima qualidade com altos preços. Os escravos não eram suficientes para a demanda por trabalho e preços injustos eram pagos pela produção local.

A revolta, propriamente dita, iniciou em 1684 quando os irmãos Tomás e Manuel Beckman, grandes senhores de engenho da região, lideraram saques aos armazéns da Companhia, depuseram o governo local e expulsaram os jesuítas do Maranhão. O objetivo da revolta era a abolição do monopólio da Companhia de Comércio.

Tentando mostrar fidelidade ao Rei de Portugal e, ao mesmo tempo, disposto a levar as reivindicações dos colonos à Metrópole, Tomás Beckman partiu para Lisboa. Contudo, a tentativa de negociação não deu certo e, ao retornar, Tomás trouxe consigo um novo governador para a capitania, Gomes Freire de Andrade.

Com a missão de sufocar os revoltosos, o novo governador da capitania devolveu os cargos das autoridades depostas anteriormente. Os envolvidos na revolta foram presos e julgados: Manuel Beckman foi condenado à morte pela forca, por ter liderado o movimento e seu irmão, Tomás Beckman, foi condenado ao exílio ou desterro (foi expulso de sua terra). Outros envolvidos foram condenados a prisão perpétua.

Apesar de sufocada a revolta serviu para denunciar os desmandos da companhia de comércio que em 1685, foi extinta. 

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