A Revolução Pernambucana foi
uma revolta emancipacionista que “estourou” em Pernambuco na primeira metade do
século XIX (1817).
Suas causas estão ligadas a Insatisfação
popular provocada pela transferência (fuga) da Família Real Portuguesa e sua corte,
para o Brasil em 1808.
Havia muita revolta quanto
ao grande número de portugueses que ocupavam cargos públicos, aumento dos
impostos e, sobretudo em Recife, quanto a invasão de portugueses no comércio. Existia,
além disso, uma forte influência dos ideais iluministas e da Revolução Francesa,
contrários as estruturas políticas da monarquia absolutista.
A diminuição nas exportações
do açúcar, principal produto da região, provocou o agravamento da situação,
sobretudo entre os mais pobres. A crise econômica fez a miséria bater na porta
da população e foi acentuada ainda mais, com uma grande seca que atingiu a região em 1816.
O movimento eclodiu no dia
06 de março de 1817, hoje Data Magna de Pernambuco, com a tomada do Recife.
José de Barros Lima (conhecido por Leão Coroado), reagiu a voz de prisão, matou
o comandante do Regimento de Artilharia Barbosa de Castro e assumiu o controle
dos militares rebelados impedindo o avanço das tropas monarquistas. Trincheiras
e barricadas foram posicionadas nas principais ruas da capital pernambucana. Caetano
Pinto de Miranda Montenegro, governador da província, refugiou-se, inicialmente,
no forte do Brum, mas posteriormente, rendeu-se. As lideranças do movimento:
Domingos José Martins, Antônio Carlos de Andrada e Silva e Frei Caneca se
apossaram do tesouro provincial e proclamaram a república.
Uma Assembleia Constituinte,
com representantes de todas as comarcas, foi instaurada em 29 de março. A Nova
Constituição estabelecida a separação entre os poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário; o catolicismo foi mantido como religião oficial, contudo,
com ampla liberdade de culto; a liberdade de imprensa foi proclama; alguns impostos
foram abolidos e entretanto, a escravidão mantida.
O movimento contra a
opressão portuguesa também fez crescer o sentimento de patriotismo
ao ponto de passarem a usar nas Celebrações Eucarísticas a aguardente para
substituir o vinho e a hóstia feita de mandioca.
Os líderes da república recém-criada
buscaram apoio das províncias vizinhas, mas fracassaram: Na Bahia, José Inácio
Ribeiro de Abreu e Lima, o Padre Roma, foi preso e imediatamente fuzilado por
ordem do governador, o conde dos Arcos. A adesão no Rio Grande do Norte,
veio por meio de um senhor de engenho, André de Albuquerque Maranhão, que prendeu
o governador, José Inácio Borges e ocupou Natal. Ele ainda
formou uma junta governativa, mas não despertou o interesse da população e foi vencido
em poucos dias.
Nas terras cearenses, Bárbara
de Alencar e seu filho Tristão Ararípe aderiram ao movimento, mas foram
detidos por José Pereira Filgueiras que também participou da luta
pela independência do Brasil.
Soldados chefiados por Luís
do Rego Barreto, foram enviados da Bahia e avançaram pelo sertão pernambucano
contra os revoltosos. Ao mesmo tempo, uma força naval, despachada do Rio de
Janeiro, fechou o porto do Recife. Oito mil homens cercaram Pernambuco em
poucos dias e derrotados, os revolucionários se refugiaram em Recife.
As tropas portuguesas
entraram no Recife em 19 de maio e encontraram a cidade sem defesa. O governo
provisório se rendeu no dia seguinte.
Apenas quatro revoltosos
foram executados, a maioria recebeu a anistia no ano seguinte.
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