domingo, 7 de setembro de 2014

A Revolução Pernambucana de 1817



A Revolução Pernambucana foi uma revolta emancipacionista que “estourou” em Pernambuco na primeira metade do século XIX (1817). 

Suas causas estão ligadas a Insatisfação popular provocada pela transferência (fuga) da Família Real Portuguesa e sua corte, para o Brasil em 1808.

Havia muita revolta quanto ao grande número de portugueses que ocupavam cargos públicos, aumento dos impostos e, sobretudo em Recife, quanto a invasão de portugueses no comércio. Existia, além disso, uma forte influência dos ideais iluministas e da Revolução Francesa, contrários as estruturas políticas da monarquia absolutista. 

A diminuição nas exportações do açúcar, principal produto da região, provocou o agravamento da situação, sobretudo entre os mais pobres. A crise econômica fez a miséria bater na porta da população e foi acentuada ainda mais, com  uma grande seca que atingiu a região em 1816.

O movimento eclodiu no dia 06 de março de 1817, hoje Data Magna de Pernambuco, com a tomada do Recife. José de Barros Lima (conhecido por Leão Coroado), reagiu a voz de prisão, matou o comandante do Regimento de Artilharia Barbosa de Castro e assumiu o controle dos militares rebelados impedindo o avanço das tropas monarquistas. Trincheiras e barricadas foram posicionadas nas principais ruas da capital pernambucana. Caetano Pinto de Miranda Montenegro, governador da província, refugiou-se, inicialmente, no forte do Brum, mas posteriormente, rendeu-se. As lideranças do movimento: Domingos José Martins, Antônio Carlos de Andrada e Silva e Frei Caneca se apossaram do tesouro provincial e proclamaram a república.

Uma Assembleia Constituinte, com representantes de todas as comarcas, foi instaurada em 29 de março. A Nova Constituição estabelecida a separação entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário; o catolicismo foi mantido como religião oficial, contudo, com ampla liberdade de culto; a liberdade de imprensa foi proclama; alguns impostos foram abolidos e entretanto, a escravidão mantida.

O movimento contra a opressão portuguesa também fez crescer o sentimento de patriotismo  ao ponto de passarem a usar nas Celebrações Eucarísticas a aguardente para substituir o vinho e a hóstia feita de mandioca.

Os líderes da república recém-criada buscaram apoio das províncias vizinhas, mas fracassaram: Na Bahia, José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima, o Padre Roma, foi preso e imediatamente fuzilado por ordem do governador, o conde dos Arcos. A adesão no Rio Grande do Norte, veio por meio de um senhor de engenho, André de Albuquerque Maranhão, que prendeu o governador, José Inácio Borges e ocupou Natal. Ele ainda  formou uma junta governativa, mas não despertou o interesse da população e foi vencido em poucos dias.

Nas terras cearenses, Bárbara de Alencar e seu filho Tristão Ararípe aderiram ao movimento, mas foram detidos por José Pereira Filgueiras que também participou da luta pela independência do Brasil.

Soldados chefiados por Luís do Rego Barreto, foram enviados da Bahia e avançaram pelo sertão pernambucano contra os revoltosos. Ao mesmo tempo, uma força naval, despachada do Rio de Janeiro, fechou o porto do Recife. Oito mil homens cercaram Pernambuco em poucos dias e derrotados, os revolucionários se refugiaram em Recife.

As tropas portuguesas entraram no Recife em 19 de maio e encontraram a cidade sem defesa. O governo provisório se rendeu no dia seguinte.

Apenas quatro revoltosos foram executados, a maioria recebeu a anistia no ano seguinte. 

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