segunda-feira, 21 de outubro de 2013

PRIMEIRO REINADO




Passado o momento de euforia provocado pela independência e coroação de Dom Pedro I, era hora de iniciar a organização de uma nova nação, até porque além de um imperador, não existia quase nada no Brasil. Era necessário organizar, antes de qualquer coisa, uma constituição.

A independência do Brasil dividiu a nação em dois grupos:

O Partido Português, que buscava a recolonização do Brasil, e o Partido Brasileiro, dividido em duas facções: os conservadores, liderados pelos irmãos Andrada e que defendiam uma monarquia fortemente centralizada; e os liberais, que defendiam uma monarquia onde os poderes do rei fossem limitados.

A divisão do partido brasileiro permitiu o fortalecimento dos portugueses que se aproximaram de Dom Pedro I.

Buscando organizar e consolidar a nação, o imperador convocou uma assembleia constituinte. Nesta assembleia, os deputados brasileiros tentaram fortalecer o legislativo e limitar o poder do imperador, ou seja, queriam criar uma monarquia constitucional. Tal projeto prejudicava as pretensões centralizadoras do imperador que ordenou o fechamento da assembleia. Daí por diante D. Pedro  criou um Conselho de Estado, composto por dez de seus aliados do partido português. Assim, foi redigido um novo texto para a constituição que fortalecia a autonomia e centralização do poder nas mãos do imperador. Tal manobra criou um quarto poder, o moderador, que dava direito ao imperador de intervir, de acordo com sua vontade, nos outros três poderes. Essa constituição, adaptada as vontades de D. Pedro I, foi outorgada, ou seja, imposta em 1824, e tornou o governo dominador.

Tal postura de sua majestade gerou insatisfação e provocou a eclosão em Pernambuco da Confederação do Equador. Tal movimento se espalhou pelas províncias do Norte e Nordeste, tendo como os principais líderes o Frei Caneca e Cipriano Barata. Contudo, os anseios daqueles que lutavam por uma República Federativa foram contidos pela repressão das tropas do imperador que prendeu seus líderes ordenando inclusive, suas execuções.

Constantemente, D.Pedro impõe sua vontade aos políticos, gerando ainda mais conflitos com a elite brasileira e um crescimento da oposição. A situação do Brasil não era nada boa, passando por uma crise econômica gerada pelo fim do ciclo do ouro e devido ao declínio das exportações de açúcar, algodão e a balança comercial era desfavorável, cujo déficit era saldado com empréstimos ingleses, aumentando cada vez mais a dívida externa e a subordinação para com a  Inglaterra .As dificuldades enfrentadas pelo Imperador aumentou mais ainda  com a derrota de Cisplatina,gerando a perda dessa província.

O descontentamento da população só aumentava contra o autoritarismo de D. Pedro I. Além disso, a perda do território da Cisplatina e sua vida particular desregrada prejudicava cada vez mais, sua imagem. A morte de D. João VI, apressou os acontecimentos e como D. Pedro não atendia mais os interesses dos brasileiros, abdicou do governo em 7 de abril de 1831 em favor de seu filho Pedro de Alcântara, que tinha apenas cinco anos e nomeou José Bonifácio para ser seu tutor. Isso iniciou no Brasil o período regencial. 


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